domingo, 25 de maio de 2008

A magia contida nas letras.

Escrever é algo mágico. Você pega papel e caneta, e libera seus instintos. Você não tem preocupações ou compromissos. Ali existem apenas você e a história. A história não se preocupa com a sua roupa. A história não quer saber do seu dia. A história não insiste em ser única. Tudo o que a história quer é um pouco da sua atenção. Ela só quer que você pense nela de vez em quando, tal qual um mulher pensa em uma jóia na vitrine. A história implora de você que você dedique algo de si a ela. Você chega como quem não quer nada. Pergunta como foi o dia dela. Elogia seus cabelos. A partir daí é tão fácil quanto perigoso. Uma tímida frase que se une à próxima e à seguinte, e então, quando se vê, há tantos parágrafos conversando entre si, exigindo continuação, que, se você não controlar sua mão, ela é capaz de te levar a lugares nunca vistos sequer nas mais férteis imaginações. A esse fenômeno damos o enigmático, porém fascinante, nome de história. Escrever uma história não é difícil. Você começa com uma idéia, à ela conecta as magníficas palavras “Era uma vez” e termina no “Fim”. Tudo quanto estiver entre isso, meu amigo, é uma longa da viagem da qual nunca retornaremos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Num puteiro qualquer

Sou foda. De verdade. Sou mesmo muito foda. Pego mulher pra caralho. Não vou com esse papinho de conquistadorzinho meia-boca. Comigo é daquele jeito. Ou é ou não é. Se for, vai. Se não for, toma no meio do cu. Mulher gosta disso. Gosta de ser tratada que nem puta. Outro dia mesmo topei uma vagaba num inferninho pouca paga e muita farra. Parecia que não era muito chegada naqueles ambientes. Devia ter ido umas duas ou três vezes num botequim de beira de passeio e achava que tinha a manha de colar naqueles lugares. Fui logo dando uma de macho bem-criado:
-E aí gata! Ta afim de um homem pra te apagar esse sorriso?
Ela me fez pouco caso. Olhou pra mim e uma de princesinha de área nobre, nem falou nada, só virou as costas me mostrando aquele lombo. Ah, não! Não, isso comigo não se faz. Se fosse homem, já puxava da navalha e abria um sorrisão de uma orelha à outra na garganta do safado. Mas uma cocada daquelas merecia um corretivo pra entender que mula que escoiceia acaba com as patas na tipóia.
Enchi a mão direita no rabo da vadia e com a esquerda juntei todo o cabelo dela e puxei pra deixar o ouvido dela bem colado na minha boca. Falei bem com voz de cafajeste:
-Escuta aqui sua piranha, não sou homem de engolir sapo nem pra tira, quanto mais de prostituta de família.
Segurando o cabelo dela, fui logo metendo minha mão por debaixo da saia do vestido dela, no que ela começou a chorar.
-Não chora agora não que ainda não ta na hora. Fica em silêncio e me segue que eu vou te mostrar o que é desacato.
Gritei pro balconista pra me jogar a chave de um dos quartos-de-foder e já fui subindo as escadas. Chegando no cafofo, que só tinha uma cama e uma dessas geladeirinhas, já joguei a desgraçada de bruços na cama e fui tirando o cinto enquanto já ia ameaçando:
-Tu vai aprender que puta boa é puta que respeita seu macho.
E desci o chicote nela com o cinto de couro grosso. Uma, duas, três, mil vezes. Quanto mais ela gritava, mais eu judiava. Quando o lençol começou a ficar encharcado de sangue e de suor, foi que eu parei com a obrigação e ia começar a diversão. Tirei primeiro a camisa de botão e depois a regata. Fiquei de costas pra ela poder ver as tatuagens do tempo da cadeia. As piranhas morrem de medo, principalmente da do enforcado. Tirei um sapato de cada vez. O primeiro eu botei no chão. O segundo eu resolvi jogar na cara dela. Pegou em cheio no beiço de baixo. Sangrou que foi lindo de ver. Perguntei o que ela queria. Ela não respondeu. Perguntei de novo. Ela não respondeu. Sentei na cama e perguntei de novo. Meti um cruzado no olho direito dela. Ela respondeu. Falou que queria ir pra casa.
-Tu só vai pra casa depois que provar de um caralho de verdade.
Tirei minha do bolso da calça e rasguei o vestido dela de cima em baixo. Puta troço feio, todo florido. A cadela tava sem sutiã. A calcinha preta de renda eu rasguei com uma mão só. A vadia era todinha depilada. Fui beijando o pescoço dela do jeito que as mulheres gostam, babando em tudo e lambendo até perto da bochecha. De vez em quando eu dava uma linguada na orelha dela. Fui descendo até os peitos dela. Aí eu não resisti. Eram tão grandes e firmes que eu tive que dar uma dentada. Ela berrou. Eu dei outra. Ela berrou de novo. Eu dei um soco na costela. Ela não berrou.
Fechei e guardei a navalha. Abri a calça. Deitei na cama e mandei ela tirar o meu jeans. Ela tirou bem devagar. Meteu a mão no bolso e tirou a navalha.
-Guarda isso que eu não tenho a noite inteira.
Ela não guardou. Abriu e, mais do que ligeiro, me abriu um talho na coxa. A filha da puta me abriu um talho na coxa. Com a outra perna, meti-lhe uma canelada na orelha. Eu, que já tinha tomado quatro tiros nas costas, ia deixar uma piranha de inferninho me esfaquear e sair inteira? De jeito nenhum.
A canelada derrubou ela da cama, mas ela não largou a lâmina. Tava lá com a navalha Souza balançando de um lado pro outro dizendo que ia me matar. E tanto fez isso, que quando eu fui segurar o braço dela, a vagabunda me cortou a mão. Foi a gota d’água. Peguei o mesmo sapato e joguei de novo na cara dela. Dessa vez foi na testa e ela caiu pra trás e eu aproveitei pra pegar o braço dela e dar uma dentada que fez ela abrir a mão e soltar a navalha. Peguei e joguei pra um canto. Não ia precisar daquilo. No que a vaca tava no chão, já fui chutando a costela. Onde já se viu uma sirigaita de bordel me cortar duas vezes, com a minha navalha? Depois disso, me ajoelhei em dela. Nem queria mais comer aquela cadela. Boceta tem em qualquer canto. Não, o que eu dei pra ela foi muito soco na cara. Ela tossiu e cuspiu sangue no meu rosto. Deixei ela deitada no chão e abri o frigobar. Uma garrafa de whisky picareta, quatro long necks de cerveja barata, dois copos baixos, e dois canecos de chopp. Peguei um dos canecos. Segurei a cabeça dela. Olhei bem naquele olho inchado. Erguei bem alto o copo. Foi um instante pra ele descer. Em cheio na testa dela.
Bem devagar fui me vestir. Estava satisfeito. Coloquei a calça, o cinto a regata e a camisa, os sapatos. Guardei a navalha. Fui dar um beijo de despedida na piranha.
-Ô, vagabunda, quando algum macho for falar com você, trata ele direitinho, ta?
Ela não respondeu. Será que eu tinha exagerado? Devia estar desmaiada. Fui lá e enchi um tapa na orelha dela. Continuava desmaiada. Dei mais três cola-brinco. Nada, botei o dedo no pescoço dela. Morta. Quem diria que um caneco de chopp iria matar alguém? Tanto pior. Ela mereceu.
Pulei da janela pro monte de sacos de lixo em baixo. Ia demorar umas três horas pra alguém entrar naquele quarto. Os gritos? Isso é normal em qualquer puteiro de má qualidade. O importante era que em três horas eu ia estar longe. E mesmo que os tiros fossem encher o saco lá, ninguém ia me denunciar. Porque não tem macho pra mim naquela espelunca, e todo mundo lá sabe disso. Abriu a boca, vai. E digo de novo. Sou foda.